domingo, 19 de abril de 2009



O menino e a flor
"garanto que uma flor nasceu." C. Drummond de Andrade Uma flor cor chá pulou da mão esguia do menino e foi para o peito da namorada. Ela se chorou no instante e não eram lágrimas de água eram lágrimas de flor. A lágrima de flor pingou no cimento da rua e nasceram outras flores de lágrima para se juntar à flor da namorada. A velhinha toda dura se ajoelhou para buscar uma flor de lágrima e flores brotaram do seio da velhinha. Choveu. Choveu flor e eram flores de chuva. Assaltantes de banco assaltaram um banco e vejam: eram flores monetárias. Nem ofereceram resistência porque eram agora armas de flor. Um mundo florido nascia e murchava. Melhor seria ter nascido um novo mundo de pedra: inquebrantável. No entanto, o amor do menino tinha criado um mundo de flor. Mas as flores murcharam o namoro acabou voltamos a comprar flores e o menino agora á um homenzarrão triste que vai sentindo cheiro de flor em tudo por aí. (Guilherme de Carvalho)

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